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terça-feira, 11 de outubro de 2011
[AGENDA] SEXTA SEMANA
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segunda-feira, 10 de outubro de 2011
V BH Indie Music - Quinta Semana por Edison Elloy
Sexta-feira dia 07 de outubro de 2011 no V BH Indie Music
Apresentações: Consciência Suburbana, Os Decréptos, Dead Vines e Irônika.
Local: Matriz
Consciência Suburbana (BH) Cantar o que pede para ser cantado. Em perfeita sintonia os rapazes abrem essa noite do festival no Matriz. Punk, é assim muito bom porque é simples, direto e manda seus recados sem rodeios. Gilmar 77 (voz/guitarra), Dinho (baixo) e Kruger (bateria). Formam um trio básico impecável, em sincronia total, sabem executar as canções punks perfeitas. Diversão e consciência social e política são possíveis sim. Em uma apresentação onde primam pela precisão em seus arranjos e execução. Cantam uma ode à “Garota Punk” ideal: “Quem é essa garota punk?” e ela com certeza se identifica com a troupe punk do CS. Cantar suas letras é fácil e isso fez a platéia no Matriz. Refrões diretos, sobre bases firmes e bem executadas, são facilmente gravados, e a platéia cantou “1,2,3,4 punk rock 74...” e cantou tudo o que Gilmar 77 e seus fiéis escudeiros mandou para ouvidos e mentes. Noite iniciou com a qualidade e energia de autênticos emissários de boa música. (foto: Naty Rodrigues)
Os Decréptos (BH) A banda se apresentou de forma intensa e com muita energia, mais uma vez. Com suas canções ora alegres e divertidas, ora críticas comportamentais. Os Décreptos conseguem imprimir uma característica própria em seu punk rock usando duas guitarras, leia-se, Fábio e Gustavo Decréptos, esse último com solos e riffs nervosos para dar às canções da banda uma “cara” toda própria. Discorrer sobre boêmia possível e diversão. Identificar-nos com a cidade que reconhecemos em passagens de suas letras. Banda com algo bem peculiar, pois tem á frente dos vocais, Daniel Decrépto, um dos vocais em falsete “sujo” dos mais personais que temos ouvido. A platéia responde sempre bem e prontamente em “moshs” característicos quando Os Decréptos estão no palco. Se “o mundo está acabando...”, como cantam, que seja ao som de punk rock honesto. Rodrigo e Diego Decréptos, garantem base para a festa.
(foto: Naty Rodrigues)
Dead Vines (BH) A banda sobe ao palco para também antes punker, mostrar-se mais rocker nesses últimos tempos, e o tem feito bem. Bugu Reis (voz/guitarra), Davidson B. (baixo/voz) e Luis Borges (bateria/voz). Cantam a sociedade em volta, aspectos todos são abordados e cantados na voz firme e característica de Bugu Reis. Descrevendo em narrativas bem colocadas, as mazelas políticas, sociais e humanas. Mas também e claro, a expectativa de outros ares. Porque como cantam em “Vida Humana”, podemos um dia nos redimir de nossos pecados. Mas a vida, essa não ficará nunca em segundo plano. Platéia cantando “Caos”, “Tormenta” e sabendo muito bem responder quando perguntam: quem somos? “We´re dead vines”. Uma banda que está segura em seu caminho melódico e por isso sabem para onde seguir. Não se pode dar vez ao medo, eles sabem. Surpresa, na voz de Davidson B, “Blues da Violência”. “Eu vejo um homem, um homem com medo...”. Forte e expressiva, mas o medo não visita palcos tão bem reverenciados, nunca. (foto: Naty Rodrigues)
Irônika (BH) Uma banda de bem com suas intenções e suas canções, mais que honestas e sinceras. Irônika, sabe com o vigor e a criatividade de suas guitarras, mostrar o que é uma banda que bebeu em boas fontes. Cenas e narrativas indentificáveis facilmente, pois estamos ali em seus textos. Coesa a banda canta a diversão sim, mas diversão com a responsabilidade dos que executam acordes em que acreditam e dominam. Canções de uma história bem escrita por Bruno Luiz (voz/guitarra) e seus parceiros de palco. Jr. Skiter (guitarra /voz), Pedro Vasseur (baixo/vocais) e Mauro Novaes (bateria). Como fazer uma revolução? Comece por verdade e honestidade. O palco do Matriz recebeu doses bem aplicadas de vontade e determinação de uma banda que sabe muito bem o que é, pois como cantam, “...você pode ser...”. Irônika é punk rock e atitude e sabe escrever as boas histórias para serem contadas, fizeram isso essa noite. Em coro a platéia sabe agradecer, pois presentes assim merecem coro uníssono e aplausos esfuziantes. Incendiada e feliz, assim voltou para casa. Viva! (foto: Naty Rodrigues)
Sábado dia 08 de outubro de 2011 no V BH Indie Music
Apresentações: Himalaia (RJ) e Milhouse (RJ).
Local: Centro Cultural São Geraldo
Himalaia (RJ) Onde talvez poucos possam chegar, onde apenas aqueles que de verdade desejam encontrar. O que? Não importa, Himalaia deve ser esse lugar em uma alusão ao topo, assim como o que dentro de nós busca as alturas. Capitaneada por um certo Capitão Léo (voz), a banda tão competente que é, apresenta-se com a qualidade e empenho que não poderia ser diferente quando se canta tão sério, mesmo o que dissimuladamente possa parecer um cotidiano quase banal. Mas não é jamais, tudo o que envolve humanos. “Tem coisas que eu não sei”, imaginem se Daniel Marmota (guitarra/voz), Gringo (guitarra), Dom (Baixo) e Gustavo JJ (bateria) soubessem mais um pouco. Pois o que se viu e ouviu foi música em estado puro. Front Man naturalmente performático, voz que pede bons ouvidos, pois esses se deleitam, Capitão Léo, conduz a nau Himalaia ou nave, para o universo, e nos convida à aventura de viver. As expectativas de alguém que passa e quer e precisa ser percebido. Um retrato em “3x4”, composto para uma tentativa de traduzir a intenção do que se deseja ou seu próprio auto-retrato, pois outra pessoa também forja o seu. Platéia brindada com a sincera e honesta expressão de músicos empenhados em seu ofício. Em doses exatas, guitarras em riffs sutis e mais que harmoniosos, base segura e backings vocals em alternâncias vocálicas pontuais. Música de grande qualidade para privilegiados em uma tarde de sábado. Quem ouviu vive. (foto: Marcos Ganndu)
Milhouse (RJ) A platéia desavisada não esperava algo tão forte vinda daqueles rapazes aparentemente tão “normais”. Antes e depois da força que não pede licença e não faz concessão para romper seus limites, se é que os possui. Milhouse, simplesmente aponta possibilidades sonoras mais que originais. Com pausa apenas para respirar, pois precisamos. Os músicos Diogo Caldas (baixo), Roberto Tomé (guitarra), Alexandre (voz/guitarra) e Thiago Mateu (bateria). Impõe-nos uma avalanche sonora e sensorial, únicas. Guitarras falam muito quando conduzidas por mentes que vão além dos conceitos padronizados. Milhouse, visceral em grau máximo, para cantar e traduzir estados alterados de nossa percepção. Pois a abulia não nos acometerá o tempo todo, haveremos de tomar as decisões que nos guiarão. Para o nosso bem. Nascer para o nada, impossível. Ainda em gestação perceber-se um quase alienígena, não será para os lúcidos. Overdose de simulações sonoras para aguçar a mente, e esta levar aos sentidos, todos os possíveis. A chama da auto-percepção está acessa. Convidados que fomos a buscar respostas. O caos em forma de música, a abertura mental através de experimentações sonoras. Alexandre canta: “eu tenho medo...”. Impossível ter medo de algo quando em si está a maior e melhor aventura, a vida. A platéia agora pode dizer em voz única e no mínimo um pouco mais aliviada, você que ainda dorme. Acorde! (foto: Marcos Ganndu)
por Edison Elloy
fotos Naty Rodrigues e Marcos Ganndu
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