segunda-feira, 17 de outubro de 2011

V BH Indie Music - A última FESTA






V BH Indie Music - Sexta Semana por Edison Elloy

Última semana do festival V BH Indie Music

Quinta-feira dia 13 de outubro de 2011 no V BH Indie Music
Apresentações: Bertola e os Noctívagos (BH), Tapete Red (RJ), Optic Yellow Felt (SP) e Simples (BH).
Local: A Obra


A Obra dia 13/10

Bertola e os Noctívagos (BH) A noite nessa 6ª semana de festival começa com a apresentação de uma das bandas mais representativas da cena atual. Trabalho com a forte presença de Flávio Bertola (voz) à frente, nos é mostrado com toda a força expressiva de seus vocais. Ele interpreta seus textos com total convicção naquilo que canta. Nossos questionamentos emocionais, nossa vida em uma sociedade cada vez mais complexa em sua forma de se relacionar com o meio e o outro. Canções de o “Lodo da Mente”, primeiro trabalho da banda, foram executadas com a competência de sempre por Lucas Nascimento (guitarra), Cabral (bateria) e Sérgio Ribeiro (contrabaixo). Decifrando em seus textos e brindando-nos com doses elevadas de arranjos criativos da guitarra de Lucas Nascimento, com base mais que segura. Bertola fica à vontade para declamar de forma tão pessoal seus versos fortes e bem escritos. Novas canções com a qualidade de sempre. Timbre impecável de guitarra, mais questionamentos e a dança de satisfação e cumplicidade de Bertola com seus asceclas. “Quem tem medo, sai da frente...”

Tapete Red (RJ) Caminhar, decidir, encontrar-se. Daniel Goés (voz/guitarra) canta em uma de suas canções estas palavras, e parece que a banda encontrou em Thiago Lima (baixo) e Arthur Paiva (bateria) a base que faltava. Em canções que versam sobre as relações humanas e seus efeitos sobre os mesmos, Daniel Goés, ilustra a partir de sua banda as cenas que muito bem conhecemos. Canções bem cuidadas, com arranjos construídos de forma a criar a textura sonora ideal. Principalmente para que João Carlos (guitarra) possa desenvolver suas peripécias. Efeitos bem dosados para a voz cantar “outra cor”. “Cem vidas em uma rosa” e a chegada sol. E mais efeitos bem timbrados das guitarras, em dinâmicas envolventes muito bem sustentadas por excelentes e seguras bases de bateria. Preciso e criativo Arthur Paiva, entrega à banda toda sua vontade em compor as cenas narradas. “Refrões de começo a fim”, canta Daniel Goés. Apresenta-nos em sua banda completa as canções q pedem antes de tudo para serem ouvidas, pois merecem.

Optic Yellow Felt (SP) Como explicar aos que não estavam lá, todas as sensações ao assistir e ouvir OYF? Mais ou menos assim. Coloque sobre um palco seis músicos mais que competentes. Dê a eles toda a liberdade para improvisar e apresentar suas experiências a partir do excelente álbum lançado por eles e depois naturalmente, ouça, veja e deleite-se com uma das apresentações mais fortes que o festival propiciou. A banda de SP entregou-nos as mais intensas experiências sonoras nesta noite. Música sem barreiras, atonal quando quiseram. Atmosferas instigantes e intrigantes, não nos pouparam as mentes. Pois os ouvidos da platéia já estavam tomados por todas as freqüências emitidas por Victor Nader (voz/violão), Eduardo Marson (guitarra/voz), Avelino Nader (baixo), Nando Morsani (teclados), Ricardo Pires (Saxofone) e Tiago Barbosa (bateria). Mesclando folk, brit rock e jazz, eles simplesmente subvertem os padrões clássicos para compor e executar suas canções. São na essência músicos livres para improvisar, mas as bases para cantar “Don´t Bend”, “Fine fine”, estão ali, norteando os vocais de Victor Nader, ora João gilbertianos bem baixos, ora psicodélicos e rocker. Massa sonora com caprichos preciosos. Tenham certeza que eles cantam tudo o que nossas mentes percebem e principalmente questionam, mas cantam ao estilo OYF. Mantenhamos ouvidos e olhos atentos, pois eles nos observam. E nós dizemos, obrigado!

Simples (BH) Diogo Pertence (voz/guitarra), Daniel Pertence (bateria) e Lucas Caldonceli (baixo) fecham a grande noite na Obra. Rock´n roll ou pop? Com a qualidade e precisão de músicos em sintonia. Executar canções envolventes por serem assimiláveis naturalmente, é a grande qualidade do trio. São o que desejarem, entregam seus versos e suas canções com habilidade e precisão. Cantar as expectativas, frustrações, as muitas decepções humanas é algo que seria melancólico se não tivesse como base canções tão bem acertadas e ajustadas melodicamente. Cantam isso e mais, cantam o cotidiano pesado de “gauche. Mas e principalmente cantam sim, a esperança. Ao pronunciar versos como “o amor é pra quem não quer se enganar”, apontam o caminho para a saída, para melhores dias em nossas vidas, dos deserdados e dos que virão. Timbres sempre agradáveis, a certeza no formato musical definido e nada de deixar como em “mosaico”, cacos pelo chão. A Simples, junta-os e compõe canções de grande qualidade musical e de textos. Noite encerrada com uma ode às possíveis paixões e amores. Noite de música elevada e qualidade inquestionável. Noite de celebrar a sempre possível e boa música. Ela está ao nosso alcance. É simples.


Sexta-feira dia 14 de outubro de 2011 no V BH Indie Music
Apresentações: Os Anormais (BH), Orquestra Visceral (Niterói-RJ), Bob Cunha (BH), Francesco Napoli (BH) e Luis Curinga (BH).
Local: Matriz

Os Anormais (BH) Anormal? Quando a intensa ação de bombardear nossas mentes com sonoridades, textos e expressões físicas partidas de seres semelhantes a nós poderá ser denominada anormal? O que é a norma? Não é o que Paulo Thomaz (voz/guitarra/violino/outros) e Chico de Paula (voz/guitarra/sonorizações/tubos de pvc) apresentaram essa noite no palco do Matriz. Densidade em textos e sons, em uma performance conceitual e envolvente. Presenciamos a construção de canções a partir da total liberdade para criar e recriar usando suportes vários. “This is my brother”, apropriada canção para os amigos atuantes em áreas diversas da arte juntarem-se e brindar-nos com toda a carga de energias tão bem canalizadas. Pois, se “eu penso”, mesmo quando tudo parece indicar o contrário, eles instigam ainda mais os nossos pensamentos. Ruídos, overdubs, arpejos em sonoridade onírica ao violino. Multiplicidade com o simples, com o menos. Experiências pessoais únicas deles para a platéia e dessa em interação unindo-se ao duo para executar uma de suas canções, convidada que foi. Marimbau, nas mãos de Waldo Lima do Vale, para remeter-nos à dimensões outras. Escolhas! Grande início de uma noite rica e intensa. Viva! Sempre adiante os visionários. Viva a lucidez!

Orquestra Visceral (Niterói-RJ) Uma viagem por onde nos é possível. Talvez um dia apenas seja o ideal para a aventura de perceber-se pleno ou vivo. “Natal”, vamos adornar os suportes que aguardam os presentes. Vamos nos adornar também para receber o esperado. Vamos renascer? O cinco rapazes: Bruno Machado (voz), Hainner Fon (baixo/voz), Asy Pepe (flauta/violino), Davi Hermsdorff (bateria) e Tiago Barros (guitarra/voz) da Orquestra Visceral, convidam-nos. Apropriado o nome da banda, literalmente visceral, mostram para a platéia que as boas influências produzem um trabalho de excelente qualidade, bebem em fontes mais que aprovadas. Canções muito bem formuladas. Sonoridade rocker, quando querem, pois são uma banda de rock, mas elementos outros tais como violino e flauta dão outra cor sonora à sua apresentação nesta noite. Sutilezas desses instrumentos harmonizam-se e entregam à base competente e à guitarra muito bem timbrada e executada. Bruno Machado canta para “vivermos bem” sem receio, pois, ele emitindo em freqüência ajustada sua energia, mostra-nos em voz muito bem colocada e agradável sua satisfação em estar à frente de algo tão honesto e sincero. Performático e interativo. Desfila em canções envolventes sua “carta para quem fica”. E sempre alguém fica; “o dia do descanso” chegará, mas antes dele, vamos celebrar. Vencer. Estamos preparados? Tentarmos viver? Não. Viver! É o que propõe os membros de tal orquestra. Nada de lamentos egoístas agora, agora vamos assistir à orquestra em sons e danças de celebração de vida e mais vida.

Bob Cunha (BH) Melodiosamente mais que agradável, assim vem até nossos ouvidos os primeiros acordes e impressões ao ouvirmos Bob Cunha em seu violão e guitarra. Pop, muito bem cuidado. Os detalhes sutis, Bruno Pfeilsteicker (guitarra) entrega-nos, em riffs e solos na medida certa. Levemente folk, sim. Bob Cunha, não se furta em utilizar em seu trabalho o que o estilo pode oferecer e o faz bem. Quando começam ou terminam as batalhas de nossas vidas? Nunca, é o que podemos deduzir. São batalhas, a guerra é maior. A guerra vinda com a energia e intenção tão elevada em canções honestas e sinceras é a guerra do bem guerrear. É a guerra do viver. Bases seguras e limpas, Marcos Marques (bateria) e o baixo cheio de classe de (Márcio Ronnei) sustentam, para Bob Cunha cantar sobre a certeza de ter a nosso favor, o tempo que cuida de nós, basta termos atenção. “O incrível homem âncora”, canção de seu amigo Marcelo Mercedo, mais que apropriada. Para dizer, não me prenda, sou livre. Eleonor Rigby, revisitada, nos visita, ela não foge de casa nessa canção, mas fugirá em outra, sendo outra Eleonor. “Josefina”, bela e desejada, cuide-se, pois nem todos os olhos voltados para ti, são bons. “Vídeo tape”. Nossos heróis e ídolos em filmes mentais e factuais poderão ser chamados, para socorrer Josefina, ou para deixar-nos um pouco mais seguros e confiantes. O festival recebeu de braços abertos Bob Cunha e sua troupe e ele entregou-nos com gratidão, suas crias mais que diletas. Obrigado, Bob Cunha!

Francesco Napoli (BH) Criativo e ousado, sofisticadamente direto e simples. Vamos nos permitir? Francesco Napoli, tenham certeza entrega-nos tais pistas. Teremos coragem em segui-las? O que sou? Um anti-herói talvez. Talvez não. Com toda a certeza um herói torto ou um humano-herói, limitado e frágil. Música e surpresas. O melhor é preparar-se tão bem tecnicamente para propositalmente desconstruir suas obras, mas desconstruindo recriar-se. Conceitual, mas utilizando elementos vários, samba e alternâncias. Rock? Jazz? Francesco Napoli (voz/guitarra), Phelippe Lobo (guitarra) Judson Ludson (baixo), Raphael Sales (violão/baixo) e Glayson RC (bateria), executam canções sem padronizações, sem rótulos, talvez as anti-canções necessárias para percebermos todas as outras canções. Pois nossa cabeça animal, precisa de cabeças pensantes como as de Francesco Napoli. Exímio guitarrista, cantor seguro de sua voz, canta entregando-nos sua hermética intenção em transformar. Um simples convite para tomar um sorvete pode ser uma ode às relações. Que desmancham e derretem se não cuidarmos. Samba mal humorado pra dizer “eu não me importo com voce”. Ledo engano, pois alguém jamais usaria suporte tão denso para negar um interesse. Importa sim. Importa tanto que convida o irreverente e lúcido Chico de Paula para auxiliá-lo em tal propósito. “Eu te blue”, assim azul para elucidar. Música densa, para platéia privilegiada. Wilmar Silva, poeta. Sobe ao palco e também desconstrói e declama. Alguém precisa saber de mim? “De mim e de você”. Em seu planejado e detalhado “caos”, Francesco Napoli, responde. Que saibam todos aqueles que merecerem e suportarem a lucidez que insiste em procurar morada em suas mentes.

Luis Curinga (BH) Guitarra privilegiada. Encerra a noite em grande estilo com um dos músicos mais competentes da cena musical. Sua banda que carrega seu nome, executa rock´n roll competentíssimo e clássico. Samuel Saulo (voz), Lucas Caldonceli (baixo), Norberto (bateria) dão corpo à música e toda a qualidade técnica e musical de Luis Curinga. Sobem ao palco e executam música forte e bem cuidada. Com bases fincadas no hard rock, canções em português e inglês são o que de melhor poderíamos ter para encerrar uma noite tão densa do festival. Mesmo tendo canções como “Goteira”, narrando as agruras de sob chuva ver sua casa molhar-se toda, alusão às situações passadas por muitas pessoas, mesmo assim, com a força das interpretações de sua banda e por isso, a dor parece menor. Pois haverá sol. Sempre há e “Child” prova isso. Não adianta a fuga. Ela não nos livra dos dramas ou problemas. A saída é enfrentar tudo e todos. Luis Curinga sabe isso. “Cold Guy”,”Querida” e uma sequência de canções de alta qualidade melódica e técnica. Sensações plenas de que a música é um dos mais potentes e eficazes antídotos contra todos os males. Rock´n roll, sempre!


Sábado dia 15 de outubro de 2011 no V BH Indie Music
Apresentações: Fuckin' Noise (Mariana-MG), Tapete Red (RJ), Orquestra Visceral (Niterói-RJ) e Optic Yellow Felt (SP) .
Local: Matriz

Fuckin' Noise (Mariana-MG) Atitude e doses altas de sujos acordes grunge. Assim Fabiano “Minininho” (voz/baixo), Ulisses (guitarra/voz) e Nervoso (bateria) deram início à última noite de shows do V BH Indie Music. Com muita vontade em mostrar e cantar suas nítidas influências do estilo que tomou conta do planeta nos anos 90. Ulisses sem poupar energia desferindo golpes certeiros para consumar a certeza dos versos cantados em sua canção que diz: “jovem demais para morrer...”. Como em um mantra rocker, se for possível ago nesse sentido, eles decretavam tal profecia. Doses de riffs e bases carregadas de vontade e fúria juvenis. Não, não se destrói mesmo o desejo que vai além da simples vontade. Três músicos que ao sustentarem em suas mãos os instrumentos que dão voz à vontade maior não se permitem duvidar nesse momento de sua intenção. Lisergia e mais densidade em guitarras. Baixos executados de forma complementar aos movimentos do corpo. Arpejos criativos para cantar em voz surda e embriagada toda a crença nesse instante. Uma bateria segura e assim como os dono das mãos que tangiam as baquetas, nervosa também. Nervosa para dizer “everiday, every night” sim, aqui estamos nós. Colisão de sons e energia ao colidirem seus instrumentos, mais que símbolo, a certeza de que a vida insiste em nos fazer bem. Ao permitir-nos apenas o mais elementar e simples, desfrutá-la.

Tapete Red (RJ) Daniel Goés (voz/guitarra) dá início ao seu refrão que não termina, pois não é preciso. Nesse momento o palco é a morada segura e ideal. Suas narrativas insistem em apontar os incômodos ao se instigar as mentes, em provocar o pensar. As relações humanas são assim, complexas. Ele canta o que nos é familiar. A bola sempre é passada para João Carlos (guitarra) com a certeza de que ele aproveitará a deixa. Timbre definido em equalização bem feita, entrega-se aos acordes, às possibilidades todas em criar sobre bases firmes. João Carlos e a Guitarra, formam um duo cúmplice. Ela executa o que ele deseja e ele entrega sua intenção maior a ela, produzir os acordes que nos envolve. A banda faz uma apresentação um pouco menor que a do seu primeiro show, mas faz um show tão vibrante e forte quanto o outro. Excelentes canções para dançar, melhores ainda para ouvir e guardar. Arthur Paiva (bateria) sempre preciso e Thiago Lima (baixo), forjam em suas bases os versos do refrão que não termina. E sabem que não devem jamais cessar esses refrões, pois são eles trilhas para a vida toda.

Orquestra Visceral (Niterói-RJ) Felizes sempre. É o que proclama Bruno Machado (voz), no mínimo a maior intenção sempre, viver bem. Mesmo sabendo estar diante de surpresas e imprevistos. As normas, as convenções e os dogmas, são destruídos em local apropriado. O palco dessa noite. A Orquestra Visceral não deixa a energia, apresentada em seu primeiro show oscilar. Fazem mais, despem-se de qualquer incomodo e dançam para cantar “Natal”. Celebram a vida para desafiar as pseudo normas ditadas para nossas vidas. “Vai buscar agora”, agora mesmo o que fará bem a você. Hainner Fon (baixo/voz), Asy Pepe (flauta/violino), Davi Hermsdorff (bateria) e Tiago Barros (guitarra), celebram a vida, a alegria em poder nesse momento serem porta-vozes da vida plena. Sempre competentes com seus instrumentos, apenas deixam fluir o que lhes é natural. E que venham mais canções fortes, versos fortes. Pois como cantam, a queda não lhes amedronta, sabem que o chão está sob seus pés. Alegoria do viver, o barco e seu destino, muito bem descrita por Bruno Machado é certeira. O ego domado, pois ser você é a única saída. Cantam felizes, rolam pelo palco. E encerram sua estréia em palcos belo-horizontinos de forma grata, após as cortinas serem fechadas cantam em coro o nome da pessoa que lhes proporcionou tamanha felicidade. Foi bom ouvir, é bom ter por perto pessoas tão honestas em suas intenções. Sabemos os nomes de todas.

Optic Yellow Felt (SP) Sempre será bom ouvir o que é feito com o coração e a mente dos bons. Música maior, música de excelente qualidade. Coube à OYF de São Paulo encerrar a noite de shows do festival e a escolha foi certeira. Mais que competentes os músicos da OYF souberam para essa última apresentação guardar energia e fazer sobrar criatividade. Impecável a execução de suas canções. Totalmente livres e à vontade em um palco onde acabavam de presenciar outra grande apresentação de também visitantes. A Optic Yellow Felt não poupou o direito que se deram, de apresentar-nos as já familiares canções “Don´t Bend”, “Shine” ou Coup of coffe” de forma ainda mais expressivas. A qualidade sonora entregue aos músicos proporcionou a percepção de detalhes preciosos. Peso em acordes cheios. Leveza em arpejos de piano e teclados. Sutilezas em guitarras e violões e base impecável. Victor Nader, inspirado e confiante mais que nunca abusou de sua técnica vocal para narrar seus textos. E o fez com a naturalidade daqueles que dominam seu ofício. Brindou-nos com fortes interpretações. Massa sonora envolvente, com as diferenciações que cada um muito bem sabe imprimir, assim nos despedimos, por ora, da OYF. Mas despedimos com a certeza de termos presenciado aqui nesse festival o nascimento de uma banda predestinada ao topo. Não por almejarem imerecidos patamares, mas simplesmente porque será mais que injusto privar um público maior de tão agradável e talentosa proposta. Encerram o V BH Indie Music com a plena certeza do dever cumprido, mas desde quando é dever entregar belas canções a ouvidos merecedores. É antes de tudo uma honra. E eles sabem disso. Esperamos a volta dizendo apenas. Muito obrigado e até breve!

escrito por Edison Elloy








terça-feira, 11 de outubro de 2011

[AGENDA] SEXTA SEMANA


V BH Indie Music
SEXTA SEMANA ....DE 11 A 18 DE OUTUBRO
12OUT
.OFICINA PRODUÇÃO INDEPENDENTE
Direção: Malu Aires
Dias: 13/0920/09, 27/09, 01/10, 02/10, 08/10, 12/10

INSCRIÇÕES ENCERRADAS
13OUT
....shows e performances
........V BH INDIE MUSIC
foto  Rodrigo Valente
...BERTOLA E OS NOCTÍVAGOS BH 22:15H
Bertola é o sobrenome do vocalista Flávio, e Noctívagos é uma referência à boemia daqueles que curtem inveteradamente a vida noturna. Os Noctívagos são: Lucas Nascimento (guitarra), Sérgio Ribeiro (baixo) e Del Cabral (bateria).  Todas as músicas da banda são permeadas pela energia primal do Rock’n Roll. O que faz com que os shows sejam sempre intensos e cativantes.  Em dezembro de 2009, Bertola & Os Noctívagos lançaram o seu primeiro CD "O Lodo da Mente" no auditório do Museu Inimá de Paula. 
foto Isabella Tavares
...TAPETE RED Rio de Janeiro 23:10H
2011 Trás modificações positivas à banda, e mantém, o trabalho autoral dos 4 diferentes musicos que se fundem no seu som.
Formada em julho de 2005 possui um trabalho totalmente autoral. Lançou o 1° CD em 2007 e tem previsão para lançar seu novo site e seu 2° album esse ano! 
foto Diego Castro
...OPTIC YELLOW FELT São Paulo 00:00H
Optic Yellow Felt é uma banda paulistana cuja sonoridade é uma experiência única. Conseguiram fundir com sucesso ritmos tão distintos quanto jazz, folk e rock alternativo – britânico. A sonoridade conseguida em Optic Yellow Felt, álbum auto-intitulado lançado em maio de 2011, muito se credita também ao produtor e engenheiro musical Roy Cicala, que produziu, entre tantos outros grandes nomes, Elvis Presley, Aerosmith, John Lennon e The Who. No disco estão gravadas 12 faixas, escolhidas a dedo entre mais de 400 composições.
No palco a banda se mantem fiel ao material gravado, mas, como não poderia deixar de ser em uma banda que tem como influência o jazz, abre espaços para solos, duetos, etc. Os instrumentos utilizados também são, no mínimo, incomuns em uma banda de rock. Saxofone, bandolim, piano, flauta transversal, pífano e clarinete. 
My Photos por foto Luis Curinga
...SIMPLES Belo Horizonte 01:00H
A palavra talvez não se refira ao som, ou a atitude, ou a vontade de rotular-se algo onde não se há domínio, ou seja, seja simplesmente música, e cada um escute da forma que lhe couber em seu entendimento. São 3, os que fazem a sintonia e a combinação de notas que tornam-se integrantes de um só. Dos freqüentadores assíduos de platéias, dos que buscam ouvir, dos que admiram pessoas que batalham e entendem música como simplesmente...
ONDE
quinta-feira
Horário: 22 horas
Shows das bandas BERTOLA E OS NOCTÍVAGOS (BH), SIMPLES (BH), OPTIC YELLOW FELT (São Paulo) e TAPETE RED (Rio de Janeiro).
ENTRADA: R$15,00
Local: A Obra
Rua Rio Grande do Norte, 1186 - Funcionários

MAPA
14OUT
....shows e performances
........V BH INDIE MUSIC
foto Paloma Parentoni
...OS ANORMAIS Belo Horizonte 22:15H
Chico de Paula e Paulo Thomaz se conheceram nos ensaios do Monstruário Ilustrado, uma performance do feitoamaos, realizada para o Itaú Cultural/SP, em 2002. A partir de então realizaram diversos trabalhos em parceria até efetivarem o duo em 2011. Em 2003 compõem juntos a trilha do documentário Quem Sou Eu?, dirigido por Chico de Paula, realizando também oficinas e uma performance com os quase 50 meninos que participaram do trabalho. Em 2004, Paulinho compôs a trilha do videodança Dentro do Movimento, premiado pelo Itaú Cultural, dirigido por Chico de Paula e Patrícia Werneck. Em 2005, na Zona de Invenção Poesia&, se juntam para uma performance que deu origem ao trabalho atual, que mescla elementos da música e da performance. O nome veio da primeira parceria musical, Os Anormais, que foi gravada pela primeira vez na voz da Rita Medeiros. O trabalho evoluiu e gerou inúmeras aparições recentes, como na apresentação do Paulo Thomaz e The Kamerons e numa performance conjunta no Bordello, em 2010. Em 2011 fazem o Arte Insensata com Rui Moreira e a performance poética Sem Lei Nem Rei, que os motiva a trabalharem o duo. Hoje buscam ampliar as possibilidades de intervenção e ação a partir dos elementos e formas artísticas presentes na linguagem do trabalho.
foto Ruan Carlo Amaral Monteiro
...ORQUESTRA VISCERAL Niterói RJ 23:10H
A partir de educações religiosas e ideais humanos, Tiago Barros junto com o Davi Hermsdorff formaram a Orquestra Visceral. Composto também pelo o Bruno Machado, Asy Sanches e Hainner Fon, aonde a Orquestra Visceral passa, cativa a todos presentes nas suas apresentações. Além do som visceral e letras marcantes, a Orquestra Visceral leva um ideal de vida. Sempre disposto a criar soluções no meio de tantos problemas, a Orquestra Visceral sempre lembra a importância de ajudar um ao outro, sem querer nada em troca, assim levando o amor mesclado de todos os sentimentos divinos para as pessoas mais desacreditadas da bondade humana.
foto Luís Felipe Hussin
...BOB CUNHA Belo Horizonte 00:00H
É isso... PowerPop!
Formada no final de 2001. Beatles, Herman Hermits, Beatles, The Hollies, Beatles, The Birds, Beatles, Jovem Guarda, Beatles… são as influências – declaradas, sem rodeios, diretas !!! Canções curtas, boas letras, melodias grudentas... PowerPop! As músicas postadas no Myspace são o resultado do trabalho realizado com a parceira de Marcelo Mercedo (Ímpar) – Videotape.
foto Camila Buzelin
...FRANCESCO NAPOLI Belo Horizonte 01:00H
Francesco Napoli está em momento muito fértil de sua carreira. Após concluir o mestrado em Estética e Filosofia da Arte, veio investindo em produções artísticas como o disco/performance de poesia biosonora “NEONÃO” ao lado de Wilmar Silva em 2010, lançou o livro de poemas “árvore em V” este ano, o cd “tropofonia” produzido a partir das experiências sonoras do programa de rádio que, em 2010, ganhou o prêmio Roquette Pinto e do qual é apresentador e produtor e agora vai lançar seu primeiro trabalho musical solo: “pausa para”. O show: “pausa para” é um disco de canções em processo de criação registradas de modo não-definitivo. Francesco Napoli, em seu primeiro trabalho solo, reuniu os amigos e gravou suas idéias de modo espontâneo, criativo e intermidiático.
foto Malu Aires
...LUIS CURINGA Belo Horizonte 01:50H
Luis Curinga é um guitarrista/compositor de notável talento, criatividade e personalidade. Com cinco álbuns lançados, apresenta composições que chamam a atenção pelo desprendimento com os padrões do mercado musical. Suas músicas transmitem vários sentimentos: euforia, reflexão e outras sensações dificilmente compreendidas e vivenciadas pelo homem convencional. Luís Curinga acredita na globalização musical e isso vem aproximando o artista de um público cada vez mais distante de Minas.
ONDE
sexta-feira
Horário: 21:30 horas
Shows das bandas LUIS CURINGA (BH), OS ANORMAIS (BH), BOB CUNHA (BH), FRANCESCO NAPOLI (BH) e ORQUESTRA VISCERAL (Niterói RJ).
ENTRADA: R$10 (na hora) R$8 (antecipados) 
Local: Casa Cultural Matriz
Rua Guajajaras, 1353 - Lourdes

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..........Promoção (50% desconto)..........
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15OUT
....shows e performances
........V BH INDIE MUSIC

foto Silas Santos
....FUCKIN' NOISE Mariana MG 17:00H
Formada em Abril de 2010, a Fuckin’ Noise, composta pelos estudantes Fabiano Faria (voz e baixo), Douglas Vieira (guitarra) e Pedro Henrique (bateria), desenvolve um trabalho autoral, sendo influenciada, principal-mente, pelos estilos grunge e metal. A banda ainda interpreta covers de bandas como Motorhead, Black Sabbath, Alice in Chains, entre outras.
Além de participar, a Fuckin’ Noise – movimentando a cena independente local – promove eventos, como o festival Rock de Buteco.
foto Ruan Carlo Amaral Monteiro
...ORQUESTRA VISCERAL Niterói RJ 17:50H
A partir de educações religiosas e ideais humanos, Tiago Barros junto com o Davi Hermsdorff formaram a Orquestra Visceral. Composto também pelo o Bruno Machado, Asy Sanches e Hainner Fon, aonde a Orquestra Visceral passa, cativa a todos presentes nas suas apresentações. Além do som visceral e letras marcantes, a Orquestra Visceral leva um ideal de vida. Sempre disposto a criar soluções no meio de tantos problemas, a Orquestra Visceral sempre lembra a importância de ajudar um ao outro, sem querer nada em troca, assim levando o amor mesclado de todos os sentimentos divinos para as pessoas mais desacreditadas da bondade humana.
foto Diego Castro
...OPTIC YELLOW FELT São Paulo 18:40H
Optic Yellow Felt é uma banda paulistana cuja sonoridade é uma experiência única. Conseguiram fundir com sucesso ritmos tão distintos quanto jazz, folk e rock alternativo – britânico. A sonoridade conseguida em Optic Yellow Felt, álbum auto-intitulado lançado em maio de 2011, muito se credita também ao produtor e engenheiro musical Roy Cicala, que produziu, entre tantos outros grandes nomes, Elvis Presley, Aerosmith, John Lennon e The Who. No disco estão gravadas 12 faixas, escolhidas a dedo entre mais de 400 composições.
No palco a banda se mantem fiel ao material gravado, mas, como não poderia deixar de ser em uma banda que tem como influência o jazz, abre espaços para solos, duetos, etc. Os instrumentos utilizados também são, no mínimo, incomuns em uma banda de rock. Saxofone, bandolim, piano, flauta transversal, pífano e clarinete. 
foto Isabella Tavares
...TAPETE RED Rio de Janeiro 19:30H
2011 Trás modificações positivas à banda, e mantém, o trabalho autoral dos 4 diferentes musicos que se fundem no seu som.
Formada em julho de 2005 possui um trabalho totalmente autoral. Lançou o 1° CD em 2007 e tem previsão para lançar seu novo site e seu 2° album esse ano! 
ONDE
sábado
Horário: 16 às 20:00 horas
Shows das bandas OPTIC YELLOW FELT (SP), FUCKIN' NOISE (Mariana MG), TAPETE RED (RJ) e ORQUESTRA VISCERAL (Niterói RJ). 
ENTRADA LIBERADAS PARA AS BANDAS DO FESTIVAL 

ENTRADA: R$13 (na hora) R$10 (antecipados) Local: Casa Cultural Matriz
Rua Guajajaras, 1353 - Lourdes

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18OUT
....encerramento 2011
........V BH INDIE MUSIC
....A ÚLTIMA FESTA
BANDAS CONVIDADAS
O V BH Indie Music termina com exposição do festival e shows das bandas daqui que mais se destacaram no período. Estas bandas serão convidadas pela organização até dia 16/10.
ONDE
terça-feira
Horário: 20:00 às 02:00 horas
Exposição do festival e shows de bandas convidadas.
ENTRADA: Livre para convidados, R$15 (na hora)  e R$10 (antecipados) 
Local: Casa Cultural Matriz
Rua Guajajaras, 1353 - Lourdes

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REALIZAÇÃO INDEPENDENTE
BH INDIE MUSIC
CONFIRA A PROGRAMAÇÃO COMPLETA DO FESTIVAL
acompanhe
http://vbhindiemusic.blogspot.com

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

V BH Indie Music - Quinta Semana por Edison Elloy

Sexta-feira dia 07 de outubro de 2011 no V BH Indie Music
Apresentações: Consciência Suburbana, Os Decréptos, Dead Vines e Irônika.
Local: Matriz

Consciência Suburbana (BH) Cantar o que pede para ser cantado. Em perfeita sintonia os rapazes abrem essa noite do festival no Matriz. Punk, é assim muito bom porque é simples, direto e manda seus recados sem rodeios. Gilmar 77 (voz/guitarra), Dinho (baixo) e Kruger (bateria). Formam um trio básico impecável, em sincronia total, sabem executar as canções punks perfeitas. Diversão e consciência social e política são possíveis sim. Em uma apresentação onde primam pela precisão em seus arranjos e execução. Cantam uma ode à “Garota Punk” ideal: “Quem é essa garota punk?” e ela com certeza se identifica com a troupe punk do CS. Cantar suas letras é fácil e isso fez a platéia no Matriz. Refrões diretos, sobre bases firmes e bem executadas, são facilmente gravados, e a platéia cantou “1,2,3,4 punk rock 74...” e cantou tudo o que Gilmar 77 e seus fiéis escudeiros mandou para ouvidos e mentes. Noite iniciou com a qualidade e energia de autênticos emissários de boa música. (foto: Naty Rodrigues)
Os Decréptos (BH) A banda se apresentou de forma intensa e com muita energia, mais uma vez. Com suas canções ora alegres e divertidas, ora críticas comportamentais. Os Décreptos conseguem imprimir uma característica própria em seu punk rock usando duas guitarras, leia-se, Fábio e Gustavo Decréptos, esse último com solos e riffs nervosos para dar às canções da banda uma “cara” toda própria. Discorrer sobre boêmia possível e diversão. Identificar-nos com a cidade que reconhecemos em passagens de suas letras. Banda com algo bem peculiar, pois tem á frente dos vocais, Daniel Decrépto, um dos vocais em falsete “sujo” dos mais personais que temos ouvido. A platéia responde sempre bem e prontamente em “moshs” característicos quando Os Decréptos estão no palco. Se “o mundo está acabando...”, como cantam, que seja ao som de punk rock honesto. Rodrigo e Diego Decréptos, garantem base para a festa. 
(foto: Naty Rodrigues)



Dead Vines (BH) A banda sobe ao palco para também antes punker, mostrar-se mais rocker nesses últimos tempos, e o tem feito bem. Bugu Reis (voz/guitarra), Davidson B. (baixo/voz) e Luis Borges (bateria/voz). Cantam a sociedade em volta, aspectos todos são abordados e cantados na voz firme e característica de Bugu Reis. Descrevendo em narrativas bem colocadas, as mazelas políticas, sociais e humanas. Mas também e claro, a expectativa de outros ares. Porque como cantam em “Vida Humana”, podemos um dia nos redimir de nossos pecados. Mas a vida, essa não ficará nunca em segundo plano. Platéia cantando “Caos”, “Tormenta” e sabendo muito bem responder quando perguntam: quem somos? “We´re dead vines”. Uma banda que está segura em seu caminho melódico e por isso sabem para onde seguir. Não se pode dar vez ao medo, eles sabem. Surpresa, na voz de Davidson B, “Blues da Violência”. “Eu vejo um homem, um homem com medo...”. Forte e expressiva, mas o medo não visita palcos tão bem reverenciados, nunca. (foto: Naty Rodrigues)
Irônika (BH) Uma banda de bem com suas intenções e suas canções, mais que honestas e sinceras. Irônika, sabe com o vigor e a criatividade de suas guitarras, mostrar o que é uma banda que bebeu em boas fontes. Cenas e narrativas indentificáveis facilmente, pois estamos ali em seus textos. Coesa a banda canta a diversão sim, mas diversão com a responsabilidade dos que executam acordes em que acreditam e dominam. Canções de uma história bem escrita por Bruno Luiz (voz/guitarra) e seus parceiros de palco. Jr. Skiter (guitarra /voz), Pedro Vasseur  (baixo/vocais) e Mauro Novaes (bateria). Como fazer uma revolução? Comece por verdade e honestidade. O palco do Matriz recebeu doses bem aplicadas de vontade e determinação de uma banda que sabe muito bem o que é, pois como cantam, “...você pode ser...”. Irônika é punk rock e atitude e sabe escrever as boas histórias para serem contadas, fizeram isso essa noite. Em coro a platéia sabe agradecer, pois presentes assim merecem coro uníssono e aplausos esfuziantes. Incendiada e feliz, assim voltou para casa. Viva! (foto: Naty Rodrigues)
Sábado dia 08 de outubro de 2011 no V BH Indie Music

Apresentações: Himalaia (RJ) e Milhouse (RJ).
Local: Centro Cultural São Geraldo
Himalaia (RJ) Onde talvez poucos possam chegar, onde apenas aqueles que de verdade desejam encontrar. O que? Não importa, Himalaia deve ser esse lugar em uma alusão ao topo, assim como o que dentro de nós busca as alturas. Capitaneada por um certo Capitão Léo (voz), a banda tão competente que é,  apresenta-se com a qualidade e empenho que não poderia ser diferente quando se canta tão sério, mesmo o que dissimuladamente possa parecer um  cotidiano quase banal. Mas não é jamais, tudo o que envolve humanos. “Tem coisas que eu não sei”, imaginem se Daniel Marmota (guitarra/voz), Gringo (guitarra), Dom (Baixo) e Gustavo JJ (bateria) soubessem mais um pouco. Pois o que se viu e ouviu foi música em estado puro. Front Man naturalmente performático, voz que pede bons ouvidos, pois esses se deleitam, Capitão Léo, conduz a nau Himalaia ou nave, para o universo, e nos convida à aventura de viver. As expectativas de alguém que passa e quer e precisa ser percebido. Um retrato em “3x4”, composto para uma tentativa de traduzir a intenção do que se deseja ou seu próprio auto-retrato, pois outra pessoa também forja o seu. Platéia brindada com a sincera e honesta expressão de músicos empenhados em seu ofício. Em doses exatas, guitarras em riffs sutis e mais que harmoniosos, base segura e backings vocals em alternâncias vocálicas pontuais. Música de grande qualidade para privilegiados em uma tarde de sábado. Quem ouviu vive. (foto: Marcos Ganndu)
Milhouse (RJ) A platéia desavisada não esperava algo tão forte vinda daqueles rapazes aparentemente tão “normais”.  Antes e depois da força que não pede licença e não faz concessão para romper seus limites, se é que os possui. Milhouse, simplesmente aponta possibilidades sonoras mais que originais. Com pausa apenas para respirar, pois precisamos. Os músicos Diogo Caldas (baixo), Roberto Tomé (guitarra), Alexandre (voz/guitarra) e Thiago Mateu (bateria). Impõe-nos uma avalanche sonora e sensorial, únicas. Guitarras falam muito quando conduzidas por mentes que vão além dos conceitos padronizados. Milhouse, visceral em grau máximo, para cantar e traduzir estados alterados de nossa percepção.  Pois a abulia não nos acometerá o tempo todo, haveremos de tomar as decisões que nos guiarão. Para o nosso bem. Nascer para o nada, impossível. Ainda em gestação perceber-se um quase alienígena, não será para os lúcidos. Overdose de simulações sonoras para aguçar a mente, e esta levar aos sentidos, todos os possíveis. A chama da auto-percepção está acessa. Convidados que fomos a buscar respostas. O caos em forma de música, a abertura mental através de experimentações sonoras. Alexandre canta: “eu tenho medo...”. Impossível ter medo de algo quando em si está a maior e melhor aventura, a vida. A platéia agora pode dizer em voz única e no mínimo um pouco mais aliviada, você que ainda dorme.  Acorde! (foto: Marcos Ganndu)

por Edison Elloy
fotos Naty Rodrigues e Marcos Ganndu

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